segunda-feira, 5 de julho de 2010

Eterno bebê

Ela continuava a chamá-la de bebê, não importava o que acontecesse, para aquela mulher ela sempre seria seu bebê, sua filhinha, sua melhor amiga. A cada dia que passava via mais de si na menina, uma menina esforçada, autentica, irritada com tudo, ambas viviam grudadas, como unha e carne, como mãe e filha. Já para a menina, a mãe, apesar de ser a pessoa em quem mais confiava, já não era mais a mesma. Quero dizer, a mãe era a mesma, acolhedora, atenciosa, prestativa, um pouco mais velha e mais sábia, mas a menina havia crescido, começara a andar com as próprias pernas, estava mudada. Era difícil entender, também era difícil explicar, a cumplicidade entra elas jamais mudaria, o amor também não, mas elas já não eram mais as mesmas uma com a outra, precisavam entender essa nova fase, adaptar-se a ela. Seria difícil, mas elas conseguiriam, como sempre conseguiram tudo.